Suspensões: muitos tipos, muitas funções

Suspensões: muitos tipos, muitas funções

O bom funcionamento das suspensões é fundamental para qualquer tipo de motocicleta ou scooter. A questão não é apenas relativa ao conforto, mas principalmente ao fator segurança, item que engloba a estabilidade, maneabilidade e capacidade de frenagem.


Absorver as imperfeições do piso, diminuir a intensidade dos impactos que os pneus e rodas recebem ao rodar, transmitir o mínimo de desconforto ao piloto: este foi o “capítulo zero” da história das suspensões de moto, escrito há mais de 100 anos atrás.


De lá para cá, muito se aprendeu. É possível afirmar que a tecnologia aplicada às suspensões evoluiu de maneira excepcional, coisa que se comprova facilmente ao rodar com uma motocicleta um pouco mais antiga: a sensação mais comum? Motor não falta, e nem mesmo freios, mas as suspensões... Que diferença para as motos atuais!


Sem exagerar no blábláblá técnico, é possível dizer que a grande transição tecnológica entre as suspensões do passado – que se esforçavam em amortecer impactos e pouco mais que isso – para as atuais, capazes de realizar essa função básica acrescida de dotes que auxiliam na dirigibilidade e controle da motocicleta, se deu há cerca de quatro décadas.


Foi no final dos anos 1970 que à clássica suspensão de moto dianteira tipo telescópico, então já disseminada, ganhou a companhia uma nova tecnologia da suspensão traseira de moto, que faria toda a diferença: a suspensão Pro-Link, criada pela Honda, e que inicialmente equipou motos off-road.


Esta genial suspensão traseira era, basicamente, um conjunto único de mola/amortecedor centralizado, colocado imediatamente atrás do motor. Tal posicionamento favoreceu a obtenção de um centro de gravidade mais baixo, porém, não foi apenas a melhor distribuição das massas o mérito do Pro-Link, mas sim oferecer progressividade no amortecimento através de um genial sistema de articulações.


A “mágica” do Pro-Link se percebia imediatamente, mesmo com a moto parada: bastava pressionar o assento com a mão para notar que a ação da suspensão era bem macia no início, mas se tornava mais firme conforme a pressão aumentava. Esta progressividade fazia toda a diferença, revolucionando as motocicletas em termos de maneabilidade e absorção de impactos.


No que diz respeito à suspensão dianteira, não é errado dizer que parte da ideia do Pro-Link – baixar o centro de gravidade – inspirou o nascimento das suspensões invertidas, ou “upside-down”, cujo conceito foi o de posicionar (inverter...) a suspensão telescópica, colocando a parte mais pesada próxima ao eixo, permitindo não apenas baixar o centro de gravidade como reduzir peso, já que o comprimento da porção mais pesada do conjunto diminuiu.


É importante ressaltar que o progresso das suspensões de motos e scooters não se deu apenas pela arquitetura das suspensões, mas também por aquilo que não se vê: os componentes internos, sejam eles fluidos ou materiais.


Atualmente existem motocicletas com suspensões convencionais na dianteira e na traseira (as chamadas “bichoque”) – cuja eficiência é excepcional, evidenciando que a arte de realizar suspensões adequadas para diferentes tipos de veículos, sejam elas do tipo convencional, invertido, monoamortecidas ou bichoque, chegou ao estado de arte, oferecendo funcionalidade à prova de críticas, desde a simples Honda Pop 110i até a Honda GL 1800 Gold Wing e suas sofisticadas suspensões com controle eletrônico.

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