A importância dos sistemas de escapamento nas motos

A importância dos sistemas de escapamento nas motos

O escapamento da moto é um sistema complexo, e por isso mesmo exige um grande empenho de projetistas, técnicos e engenheiros na busca da melhor solução técnica, que atenda à múltiplas exigências.


No passado remoto, quando as primeiras motocicletas surgiram, o escapamento tinha como única função conduzir os gases queimados para fora do motor e, de preferência, o mais longe possível de quem está pilotando. Nada mais eram, portanto, do que simples canos cuja saída ficava atrás das costas do condutor.


Logo esta solução primária recebeu seu primeiro aperfeiçoamento: um silencioso/abafador na extremidade final, na prática uma câmara na qual parte dos ruídos eram mitigados, deixando os ouvidos de quem pilota, e de quem está à beira da estrada, um pouco mais protegidos da barulheira.


O progresso da tecnologia aplicada aos motores trouxe a reboque a evolução dos sistemas de escape. O aspecto estético ganhou importância, e assim elaborar formas que contribuíssem para um bom visual se tornou obrigatório. Motos ganharam motores com dois, quatro ou mais cilindros, e assim nasceu a moto com dois escapamentos, um de cada lado, ou mesmo os quatro vistosos escapes da lendária CB 750 Four, que muitos substituíam pelo famoso quatro-em-um, no qual quatro tubos confluíram para um único tubo de descarga, sem silenciador.


A compreensão de que as formas do escape, da hora em que ele sai do motor até a ponta, podem implicar em melhora ou piora da performance do motor foi ficando cada vez maior, e tal tema é ainda hoje objeto de aprofundados estudos técnicos. Trabalhando as muitas possibilidades de formatos da tubulação, diâmetro de tubo(s) e demais variáveis, é possível obter características diferentes de um mesmo motor, como por exemplo maior torque em baixas/médias rotações ou o oposto, potência em alta rotação.


A competição, como sempre, ajuda muito a entender em que efetivamente os sistemas de escape podem contribuir para a performance pura dos motores. E, uma vez alcançado um bom conhecimento nesta área, tornar as formas ideais adequadas ao uso no dia a dia, sem ofender os ouvidos e elevar a poluição sonora. Este foi – e continua sendo – um grande desafio técnico.


A necessária atenção voltada à redução dos gases nocivos expelidos pelos motores também é objeto de constantes estudos para evoluir os sistemas de escape. Os catalisadores, componentes dedicados a promover uma reação química que “limpa” os gases de parte dos seus elementos nocivos à saúde humana, são atualmente elementos fundamentais dos sistemas de escape de qualquer moto.


Infelizmente muitos motociclistas não entendem ou conhecem toda essa complexa missão que o sistema de escapamento das motos Honda tem que cumprir, e cometem a barbaridade que é modificar o escape de suas motos. Fazendo isso, desconsideram absolutamente o apurado trabalho técnico realizado pela fabricante.


Tais modificações, invariavelmente, prejudicam performance, durabilidade, o necessário respeito ao meio ambiente, assim como as leis que limitam a emissão de ruídos. A instalação de ponteiras esportivas não oferece melhora de performance caso não sejam alterados outros complexos parâmetros do motor, mas sempre causam aumento do ruído, o que dá a falsa impressão de mais desempenho. Mais grave do que a mudança da ponteira de escape é a retirada do catalisador, o que causa prejuízo ao meio ambiente e diminuição da vida útil do motor.


Portanto, a única justificativa que existe para alterar o sistema de escape original de sua motocicleta é a utilização em competição, modificações que devem ser realizadas por preparadores especializados, que saberão equalizar o potencial de maior performance de um sistema de escapamento esportivo com as demais adequações necessárias ao motor, e assim fazendo efetivamente conseguir o objetivo desejado: maior performance. 

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